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segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Moda vs. Estilo

Este post do A dress a day é absolutamente fantástico. Tomei a liberdade de traduzir um trecho. “Moda é o de agora; estilo é perene. Moda é algo que você segue; estilo é algo que você cria. Moda é fazer parte de uma manada, estar com a multidão; estilo é algo sobre a visão pessoal de cada um, sobre suas particularidade e esquisitices. Pessoas estilosas normalmente estabelecem modas – na verdade os designers de moda normalmente têm um estilo pessoal incrivelmente restrito: veja Lagerfeld, Elbaz e Carolina Herrera e tente me dizer que eles são mais “na moda” do que estilosos! – e pessoas “na moda” podem realmente também ter estilo, mas uma coisa não necessariamente implica na outra. Na verdade, apesar de a moda poder estar anêmica, o estilo está maior e melhor do que nunca. As pessoas estão mais e mais confortáveis com a idéia de um estilo pessoal, um estilo que flerta ou não com a moda, e estão convencidas que isto é possível – mesmo que tenham que contratar um “stylist” para ajudá-las a alcançar. Na minha arrogante opinião, um stylist é alguém que deveria interrogar você para encontrar o que você quer mostrar – REALMENTE o que você quer mostrar, não apenas “eu quero parecer bem”- e ajudá-lo a encontrar o look que é mais você. (...) Para alguém que busca estar na moda (ou alguém com um stylist desonesto), Moda com M maiúsculo – a passarela, Vogue, Chanel-Gaultier-Dior – é como um cardápio. Escolhe uma entrada (bolsa), prato principal (vestido), e sobremesa (sapato), e engole güela-abaixo. No dia seguinte, faz isso tudo de novo. Para alguém que está garimpando (bricolage-ing) um estilo, Moda é como a uma Feira. Você pega uma cor aqui, uma forma ali, um sapato de salto de outro lugar, e cozinha tudo junto, juntando com outras coisas que você tem na despensa e nos armários – SUA sombra de batom, claro, ou a bolsa que você sempre carregou, ou seu relógio “de marca”. E você saboreia isso longamente. Moda-com-M-maiúsculo é um grande caleidoscópio de possibilidades e inspiração, mesmo que você nunca tenha comprado um artigo de “designer” sequer. (...) Alguns estilos pessoais se cristalizam (La Vreeland e seu vermelho e seu Balenciaga); outros estilos circulam ao redor de um tema (Catherine Hepburn ora masculina, ora “menina sapeca”; Chloe Sevigny sempre circulando num tipo de deliberada falta de jeito); alguns evoluem (Jackie Kennedy para Jackie O), mas estilo verdadeiro é sempre uma projeção da personalidade da pessoa que o usa, nunca do designer. Quando eu uso alguma coisa, eu quero que a primeira reação das pessoas seja “Isso é tão ERIN”, não “Isso é tão [coloque aqui o nome do designer]”. Quando Audrey usou Givenchy, foi porque Givenchy era certo para Audrey, não o contrário”. (...) ... Pode parecer que estou privilegiando o estilo em detrimento da moda, o que não é absolutamente o caso. Sem a moda, eu penso que não seria possível o estilo, porque não haveria interação, tensão entre o que está sendo usado em toda parte e o que você está usando. E estar na moda, realmente na moda, requer um tipo de reconhecimento de padrão muito complicado e capacidade de prever, de escolher entre centenas de possibilidades, em quais combinações, (...) e a vontade e disciplina (e genes muito, muito bons) para combinar sua própria silhueta com a modelagem das roupas. Os estilosos têm que satisfazer apenas a si próprios, enquanto os “na moda” têm que satisfazer uma audiência que está sempre mudando e julgando. (...) Essa é a minha contribuição. Moda é tanto um esporte para aqueles que querem brincar com ela (mas um esporte que está se tornando mais e mais difícil de praticar sem usar drogas para aumentar a performance) e um buffet de possibilidades para aqueles que querem usá-la com base para improvisação. E, naturalmente, alguma coisa tratada com completa indiferença pela grande maioria de seres humanos. Sempre se lembre disso!" http://www.dressaday.com/2006/01/state-of-fashion-union.html