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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Hoje, ninguém mais queima o filme

Hoje, ninguém mais queima o filme. Hoje, todo mundo deleta. Constatei que essa árida realidade vai além do jogo de palavras ao comprar minha primeira câmera digital. Depois de muita resistência, comecei a fotografar com uma Cybershot e já posso dar meu humilde veredicto: fotografar perdeu a graça.O instantâneo não tem como sobreviver à tirania da edição imediata. Com a digital, você é quase que compelido a deletar o "snapshot" a fim de economizar memória. E toda aquela expectativa pelos resultados do filme enviado ao laboratório para revelação, você agora digere sem a menor cerimônia.Vai-se clicando e deletando como se não existisse nenhuma consideração pela imagem que acabou de ser gravada. Um pouco como no mundo atual, tudo tem o mesmo efeito, tudo vira a mesma coisa. Que tédio! Barbara Gancia (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0302200603.htm)